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sábado, 19 de julho de 2008

As algemas do homem

Por Rouver Júnior

INTRODUÇÃO


Falarei neste artigo de três algemas que sempre prenderam o ser humano e que nos dias atuais continuam fazendo da humanidade um escravo. Enumero-as desde já: prostituição, adultério e mentira. É claro que o homem não se amarra apenas com três tipos de corda, mas o presente texto muito se estenderia caso outros assuntos fossem aqui incluídos. Não obstante, nem por isso o escrito ficou pequeno, e assim peço a paciência de todos, porque a leitura dele é de grande importância.

Tanto na atualidade quanto no passado, numerosas são as armadilhas que o homem faz para si. Muito bom será se o leitor entender o artigo e buscar sempre evitar aquilo que lhe faria mal. Para escapar dessas cadeias há solução e saída.

Por finalização desta introdução, peço humilde e encarecidamente aos que não crêem e repudiam os preceitos contidos na Bíblia que leiam com paciência todo o artigo e depois concluam se os argumentos procedem ou não, visto a grande utilidade, para todos, do que será dito a seguir.


TEXTO DE BASE

"Quanto ao ímpio, as suas iniqüidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido." [Provérbios 5:22]


PRÉ-ARGUMENTAÇÃO

Ímpio é todo o homem praticante de impiedade, logo, que faz o mal, querendo-o para os outros; é o homem mentiroso, assassino, enganador, ladrão, que se prostitui e que adultera, sem temor e consideração à vontade de Deus. Em uma frase, ímpio é o homem afastado de Deus.


A PROSTITUIÇÃO

Entenda-se por prostituição, não somente a prática exercida por prostitutas, mas, amplamente, qualquer relação sexual entre pessoas que não têm nem matrimônio entre si, nem com outra pessoa.

A relação sexual tida por pessoas sem matrimônio traz diversos riscos, cujas consequências são terríveis. Contrair doenças sexuais, filhos em momento errado e graves intrigas são alguns dos riscos.

Se a pessoa contrai alguma doença sexualmente transmissível, como a sífilis, a gonorréia e a AIDS, três tipos de cadeias podem prender-lhe: a degeneração do corpo, o tratamento da doença e a morte.

A doença degenerativa pode levar à morte ou não. Se não leva, como a sífilis quando não atinge estados mais lastimáveis, traz uma grande perturbação psicológica, porque o doente vê o seu corpo se deteriorando gradativamente e se tornando grotesco, e não pode fazer outra coisa senão aceitar e conviver com a enfermidade, e buscar tratá-la, é claro. A vergonha é inevitável. Ninguém gosta de ser reconhecido como sifilítico ou gonorrento e, além do mais, em caso do enfermo casar-se, ele sentirá, no íntimo, vergonha de mostrar-se ao seu cônjuge, devido à sua aparência desagradável.

No caso da doença degenerativa mortal, como a AIDS (não obstante o desenvolvimento da medicina), a pessoa tem de conviver com a certeza da morte*, com a vergonha de ser reconhecido como aidético e com as diversas enfermidades advindas do enfraquecimento causado no organismo pela AIDS, devido às quais coisas uma forte moléstia psicológica se manifesta. Quem gosta de ter AIDS?

O terceiro caso é o tratamento, que prende o indivíduo a uma rotina de remédios, sessões, consultas, muito desgastante. O simples fato de ver pessoas saudáveis, tanto quanto o de não poder ou ter vergonha de dividir o assunto com alguém, causa também amargura, angústia, tristeza e depressão, sendo necessário o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Neste caso, a pessoa está presa tanto pelos sentimentos como pelas contínuas consultas exigidas. Como é bom não ter essa doença! - exclama o saudável. O que eu não daria pra não ter essa doença! - lamenta o enfermo.

Filhos em hora errada e a falta de apego sentimental, que mais cedo ou mais tarde se manifestará em sensação de vazio, são potentes prisões. O quanto a vida de um adolescente e, até mesmo, de um adulto muda e é interrompida em certos aspectos com a chegada de uma criança de nascimento não planejado, cujos pais não possuem estruturas nem financeiras nem psicológicas para cuidá-la?

A pessoa que vive se relacionando sexualmente com várias pessoas, seja no espaço de tempo que for, corre o risco de se desentender muito seriamente com algum(a) namorado(a) ou outro tipo de pessoa ligada de certa forma com o(a) parceiro(a), podendo, assim, ocorrer confusões sérias, brigas ou até mortes. Não será a primeira vez que acontece se uma pessoa matar outra por causa de uma paixão.

Notas:
1. Mesmo as pessoas que se relacionam somente com um(a) parceiro(a) não estão livres dos perigos citados acima. Com o pouco compromisso do namoro (ou do ficante), não é possível estabelecer confiança na fidelidade.
2. As pessoas dadas às paixões vivem com o uso da capacidade intelectual reduzido. Quando há paixões fortes no homem, ele tende a abandonar a razão e a buscar a saciedade de sua vontade. (amor é diferente de paixão).
3. O uso da camisinha não garante imunidade contra as DST's, porque ninguém a usa sistematicamente, e, se por algum acaso, alguém procura usá-la com rigor, nem por isso está protegido contra uma exceção. Não se deve confiar em sua rigorosidade.

O ADULTÉRIO

O adultério é toda a relação sexual extra-conjugal. Além de todas as coisas ditas a respeito da prostituição, que se aplicam ao adultério, há também a grave mentira ao cônjuge, o enganar os filhos e as intrigas com os cônjuges de outrem. Daí decorrem várias tragédias: 1- a família se desfaz; 2- os filhos, a pessoa traída e o adúltero levarão para o resto da vida graves e profundas cicatrizes em si; 3- e poderão ocorrer brigas, prisões (em presídios), profunda depressão e mortes. Quanto à mentira, tratar-se-á adiante.


A MENTIRA

A mentira é o ato de comunicar algo não verdadeiro a alguém com o intuito de enganar. A simples comunicação não intencional de algo falso não constitui mentira, mas uma falha. (assunto para desenvolvimento posterior)

O mentiroso se escraviza com a mentira, porque mentir implica um esforço contínuo para harmonizar a mentira contada antes com algum fato apresentado que a contradiz. O que mente tenta harmonizar a mentira anterior com o fato novo apresentando uma nova mentira, pois a verdade não harmoniza consigo a falsidade, e por isso ele não pode apresentar a verdade. Assim, o sujeito está em uma cadeia viciosa, uma vez que outro fato surgirá e uma nova justificação será exigida, a qual, dada, mediante outro fato, pedirá outra justificação, e assim por diante.

Essas coisas geram uma grande e progressiva tensão no indivíduo, pelo fato de que ele deverá estar constantemente ciente de todas as mentiras anteriormente contadas, e isso exige uma memória sobre-humana. O perigo da descoberta está sempre presente. O resultado da prática mentirosa é invariável: chegará sempre a hora em que a falsidade se revelará; em algum momento, o mentiroso esquecerá de uma mentira da qual o interlocutor está ciente e, mais cedo ou mais tarde, indubitavelmente, se contraditará.

Duas frases são aqui convenientes: "O mentiroso deve ter uma boa memória" e "A mentira tem perna curta". A primeira dita por Quintiliano e a segunda um conhecido ditado popular.

Desse modo, a mentira aprisiona o mentiroso e o resultado da contradição é descrédito, vergonha e exclusão social. O descrédito vem devido ao fato da impossibilidade de se confiar em um mentiroso. Quando ele estará falando a verdade e quando a mentira? A confiança no falador de mentira reconhecido zera, ou quase zera, dependendo da quantidade e da qualidade das mentiras. Mesmo quem conta uma mentira pequena e sozinha tem a sua confiabilidade abalada, sendo somente reestabelecida com a contínua sinceridade, totalmente incontaminada pelo engano.

A vergonha surge muito fortemente, porque o indivíduo foi desmascarado e ficou exposto; o seu baixo caráter ficou à amostra. Fica demonstrado que ele pouco se importa com o bem das outras pessoas, pois não se empenhou em fazê-las conhecer a verdade, mas dedicou-se em iludí-las. Ele caiu em contradição, faltou com a lógica e a memória, afirmou descaradamente um fato falso. Todos ficaram sabendo que, enquanto dizia algo na conversa com alguém, ele pensava outras coisas e arquitetava palavras e frases para enganar quem com ele falava.

A exclusão social acontece, porque ninguém quer ser enganado. Até em um grupo de mentirosos deve haver entre os componentes sinceridade. Se todos mentirem a todos, o grupo se desfaz; se só um mentir, é excluído, como acontece em outros grupos sociais. Em um grupo de bandidos, embora eles possam mentir e fazer o mal desenfreadamente para outras pessoas, entre eles, contudo, deve haver sinceridade e cumplicidade, porque, se não, a quadrilha se desmancha. Outro tanto, se um mentiroso descoberto permanece fisicamente no meio de um grupo de pessoas que se tratam com sinceridade, não é ouvido, só escuta, e não exerce caráter ativo, estando, assim, na verdade, ausente.

Vale notificar algumas coisas:
1- A verdade (a sinceridade) fixa-se facilmente no homem (é mais fácil de lembrar), visto lhe ser inerente, porque fala do que está em si, sendo por muitas vezes dita automaticamente. Já a mentira tem grande dificuldade de fixar-se na memória e deve ser meticulosamente mentalizada; decorada ou repetida várias vezes para criar-se o hábito. Esse hábito nunca virá no tempo certo, porque as mentiras são mais rápidas que a memória e a língua mais ligeira que a cabeça. O hábito nunca soará natural como os outros, visto que, embora passe ao quase automatismo, a consciência sempre dirá ao mentiroso que aquilo é mentira, e isso lhe dará artificialidade no agir.
2- O fato da maior facilidade do que é sincero fixar-se na memória relativamente ao enganoso advém da crença no que se fala. Quando acreditamos no que dizemos, lembramos melhor; quando não, é mais difícil, devida à artificialidade da fixação. Doutra maneira, quando acreditamos no que falamos, podemos dizer que o falamos porque o pensamento expresso está arraigado em nós; mas quando não cremos, criamos idéias que flutuam em nossa mente e em nossos sentimentos.


CARACTERÍSTICAS COMUNS (Algumas)

Em todos os assuntos citados acima, a prostituição, o adultério e a mentira, algumas características são comuns. Quem os comete quer sempre ocultar o fato, gerando em si contínua tensão, causadora de moléstia psicológica; tende a repetir tantas vezes mais o ato, podendo somar-lhe outros ainda, visto que rompeu, desde o primeiro momento, a barreira moral restringidora.


CONCLUSÃO

Muito se combate a moral cristã, sob a afirmação de ser ela demasiadamente repressora, devendo, portanto, o homem abandoná-la para libertar-se. Mas o que, na verdade, parece prisão é liberdade, e o que parece liberdade prisão.

É impossível viver sem regras morais sensatas; se não está escrito, está na mente, mesmo que um tanto distorcido. A moral que harmoniza a vida está na Bíblia e a distorção, ou até mesmo o abandono, que fazem dela é extremamente destrutivo ao homem.

Prega-se a primordialidade da mentira como de fato inerente ao homem, enquanto a verdade é arbitrária; afirma-se a moral como algo degradante e retrógrado, enquanto a sua destruição é a total libertação; mas a realidade é que os valores morais cristãos preservam o homem, sendo sua ausência ou transgressão profundamente perversa contra o próprio homem.

Quando Deus diz "Não adulterarás" e "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo", não é porque Ele quer privar pura e simplesmente o homem destas coisas, mas porque Ele sabe do resultado delas, sabe que, se o homem cometê-las, o homem é quem sofrerá, o homem é quem se dará mal.

A lei de Deus não faz do Senhor um árbitro ditador de regras inconseqüentes, mas revela o profundo cuidado e o inexprimível amor que Ele tem por nós. Mas nenhum ser humano simples é capaz de cumprir toda a lei. São muitos preceitos e, devido à queda, o homem não pode viver segundo a lei (de Moisés). Por isso, Jesus Cristo, sendo na terra plenamente Deus e plenamente homem, cumpriu toda a lei por nós, levando sobre si as nossas dores, tomando as nossas enfermidades sobre si, ferido pelas nossas transgressões, pelas quais coisas, e pela sua ressurreição, deu-nos a plena salvação, mediante a fé em seu nome e o buscar viver conforme a sua vontade. Todos os enfermos das doenças citadas acima e todos os cativos das prisões mencionadas podem alcançar a cura e a libertação por Jesus Cristo, nosso Senhor.


DECLARAÇÃO FINAL

No afã de libertar-se das amarras morais, o homem se encarcera nas masmorras do pecado, sem nem saber, ou conhecer, que a única maneira de ser o homem mais livre do mundo é estar o mais aprisionado possível em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Nota: Tratou-se da moral com vistas para os prejuízos físicos e psicológicos na argumentação acerca da prostituição, adultério e mentira, contudo, muito além das consequências psico-fisiológicas, há as espirituais.




*"Quem não convive com a certeza da morte?", pode-se perguntar, entretanto, a morte na velhice é preferível à morte tuberculosa na juventude, por exemplo. A medicina avançou, mas a qualidade de vida do aidético não se compara à do saudável, além do tempo de vida menor e das consequências psicológicas.

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